25 de Abril de 2024

Início do conteúdo
ECOTURISMO

Funai, instituições públicas e privadas discutem programa de visitação com fins turísticos em Terras Indígenas

Fonte: Ailton Lima - Gabinete de Comunicação | Publicado em 05/03/20 às 14:09
None
Wheverton Barros - Gabinete de Comunicação

Representantes da Funai, caciques e dirigentes de comunidades indígenas das Reservas Tadarimana e Tereza Cristina, bem como, secretários municipais; representantes da ACIR, UFR, e empresários do setor de turismo entre outros, participaram de uma reunião na manhã desta quinta-feira (05) no auditório do “Hotel Tutti Bororo”, para debater o programa de visitação com fins turísticos em terras indígenas na região.

Segundo o Coordenador-chefe do Serviço Ambiental e Territorial da Funai - MT, Rodrigo Coimbra Egufo, essa proposta de abertura para atividades de visitação em terras indígenas vem de muito anos, e começou a ser debatida no âmbito da instituição em 2005. Porém, apenas em 2013, aconteceu a primeira tentativa de normatizar as visitas as terras indígenas.

Posteriormente em 2014, foram realizadas oficinas para discussão das diretrizes e análise dos planos, para as primeiras anuências de visitação, e em 2015, a Funai instituiu a Instrução Normativa 003/junho de 2015, estabelecendo o plano de visitação com definição das normas e diretrizes para as atividades.

Na verdade, segundo Coimbra, há muitos anos o turismo vêm sendo explorado de forma irregular em terras indígenas em várias regiões; mas a partir da regulamentação, que por sua vez, é, um dos desdobramentos da Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental em Terras Indígenas (PNGATI) que prevê apoiar iniciativas indígenas sustentáveis de “etnoturismo e de ecoturismo”, respeitada a decisão da comunidade e a diversidade dos povos indígenas, promovendo-se, quando couber, estudos prévios, diagnósticos de impactos socioambientais e a capacitação das comunidades indígenas para a gestão dessas atividades, a situação deve mudar.

Para o Secretário Municipal de Cultura, Humberto Campos, que junto ao Secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico, Hermes Antônio Moriggi (BIG), idealizaram essa reunião para apresentação da proposta de debate e discussão do projeto de abertura de visitação as terras indígenas com fins de turismo; “a prefeitura já vem fazendo a sua parte no que diz respeito a auxilio material através de políticas públicas de saúde, educação e logística de produção, voltadas às sete comunidades indígenas que compõem a reserva Tadarimana. Nós temos inclusive, assumido um papel que cabe ao Governo Federal”, argumentou.

E continuou, “nós entendemos que a abertura desse debate com as instituições e a sociedade organizada, vai propiciar ampliar as discussões, tornando públicas as diretrizes e regulamentações que possibilitam a criação de parcerias entre instituições públicas e privadas, para fins de visitação com finalidade turística de forma sustentada nas terras indígenas; mas, respeitando os costumes, as tradições e, a cultura de cada etnia”, explicou.

Diversos caciques das aldeias das Reservas Tadarimana e Tereza Cristina participaram da reunião. Ainda conforme o representante da Funai, Rodrigo Coimbra, vários deles já teriam sido contatados, e tiveram acesso à proposta da FUNAI que visa entre outras coisas, contribuir na estruturação da atividade enquanto uma alternativa de geração de renda para as comunidades, e que seja, ao mesmo tempo, um instrumento de conservação ambiental e valorização cultural.

PARTICIPANTES

Bastante prestigiada, a reunião contou além de representantes da FUNAI - Cuiabá e Rondonópolis, com os secretários de cultura e desenvolvimento econômico, Humberto Campos e Hermes Moriggi (BIG), bem como, o antropólogo Paulo Isaac, caciques das quatro aldeias da Reserva Tereza Cristina (Piebaga; Arareau; Galdino Pimentel e Gomes Carneiro), e alguns de aldeias da Reserva Tadarimana. Também prestigiaram o encontro, acadêmicos e dirigentes de departamentos da UFR, Capelania Indígena, representantes da ACIR, Sindicato Rural, SEMED, SENAC, SESAI, JUVAN, Banco da Terra, e, a Coordenadora da Funai Rondonópolis, Ana Carla, entre outros.

O que se espera, é que a partir de agora que o programa foi devidamente apresentado as instituições e segmentos da sociedade organizada, haja engajamentos e parcerias para formatação de planos de exploração conjunta e sustentada dessa atividade, que pode representar uma fonte lucrativa de renda não apenas para os parceiros, mas sobretudo, para as comunidades indígenas envolvidas.